Os Defensores | Episódio 06 | Temporada 1

Defensores não veio para segurar pontas, mas em Ashes, Ashes cortou algumas rápido demais.
Ter um grupo de vilões com notórios cinco líderes é muito bom quando discutimos adaptações de histórias em quadrinhos. Existe a sensação de que cada grande ‘dedo’ do Tentáculo oferecerá um tipo de resistência maior contra nossos heróis. Séries como Angel trabalharam bem a hierarquia do mal quando colocaram seus personagens principais para enfrentar o Espinho. Séries como Defensores optam apenas por nomear seus vilões como os piores do mundo, mas pouco fazem na hora de provar esta maldade toda. Ashes, Ashes não é um episódio ruim, ao contrário, ele é muito bom, mas os problemas de Defensores parecem não querer ir para lugar algum.
Novamente o que temos na montagem inicial de Matt, Luke, Jessica e Danny é o conflito, a base de qualquer time em sua primeira missão. Enquanto todos estão discutindo sobre o que fazer com Sowande, Stick toma a decisão mais prática. E se você, assim como eu, pensou que um novo time conseguiria trazer um tipo diferente de Danny Rand para a telinha, sinto dizer, mas fomos enganados – de novo. Se por um lado ver todo mundo usando alguma frase para desmerecer Danny é engraçado, por outro apenas salienta quão preocupante a existência do Punho de Ferro realmente é.
Em Ashes, Ashes o que mais temos de Danny é tudo o que o transformou no pior personagem a ter uma série própria desde que a Marvel começou sua empreitada na telinha e serviços de streaming. Danny é irritante, infantil e explosivo, mas não de uma maneira que desperte interesse da audiência, mas de uma que te faz comemorar quando Jessica finalmente o silencia. Dentro de uma luta entre heróis e justiceiros, apesar de ser comum a torcida por um favorito, você quer que eles simplesmente parem e encontrem a razão. Foi pelo o que torci em Guerra Civil (quadrinhos e filme), mas não é o que almejo aqui. Ter Danny sendo colocado em seu lugar é ótimo, porque demonstra que é possível ter fé de que todos estes problemas estejam sendo jogados exatamente para fazer um homem imaturo crescer.
E dentro dessa salada também existe outro problema que é rapidamente reconhecido por Jessica (a voz da razão). O relacionamento entre Matt e Elektra nunca foi dos melhores, demérito de uma atriz que não fez muito para convencer em seu papel. O erro central, porém, é outro. Para que Elektra tenha seu momento dormindo na cama de Matt, se lembrando do passado e criando problemas para Alexandra, foi necessário que o Demolidor se tornasse uma pessoa imprudente. Ao invés de tentar convencer seus novos amigos sobre o passado que ele dividiu com aquela mulher e a lavagem cerebral feita pelo Tentáculo, Matt opta por esconder tudo. É um erro, com certeza, mas que rapidamente é corrigido ao termos Jessica e Matt se unindo para investigar o arquiteto. É esta a força da série, seus pareamentos não convencionais e funciona muito bem ter o advogado cego que pode enxergar mais do que uma pessoa comum e a investigadora.
E então Defensores adota o mesmo comportamento que Luke Cage, Iron Fist e até mesmo a segunda metade do segundo ano de Demolidor, a morte inesperada do vilão. Ter a morte de Alexandra pelas mãos de Elektra é um movimento ousado, mas um pouco fora de tom. Após cinco episódios com a personagem não esboçando nenhum tipo de revolta para com sua “mãe”, tê-la usando o sai para apunhar a líder do Tentáculo pelas costas, literalmente, poderia ter sido mais interessante se a série tivesse trabalhado esta questão com maior enfoque. Sabe o que faria mais sentido? Uma traição por parte dos outros dedos do Tentáculo, com Elektra depois tomando o controle para si. Daquela maneira soou apressado, sem muita base e desperdiçando totalmente uma vilã que começou com muito potencial.